quinta-feira, 13 de março de 2008

Desconheci-te

Vi-te, mas não te reconheci...

Mudaste o corte de cabelo. Estás agora muito mais favorecida, muito mais na moda e muito menos tu. Mudaste o teu guarda-roupa, tal como te mudaste a ti própria, e agora vestes com classe e bom gosto trajes que mostram quem tu queres ser e que escondem quem foste.

Olhei-te, mas não te encontrei...

Sorrias agora muito mais do que antes, mas perdeste o sorriso no olhar. Já não encaras o mundo de frente! Agora, preferes a visão um pouco distorcida do cinismo, reflectida na forma como inclinas o rosto, como um predador a medir as distâncias. A não ser que te sintas desafiada, e aí usas o queixo como seta, que apontas a quem te desafia. Longe vai a timidez, substitída que foi pela segurança que ostentas.

Falaste, mas não foste tu que eu ouvi...

O teu discurso já não é colorido com uma mão que enrola o cabelo, nem tão pouco um franzir da testa de curiosidade. Riste-te, e eu percebi que não já não sabes como! Soltas gargalhadas livremente... mas nenhuma delas possui a alegria contagiante de outrora.

Abraçaste-me e eu não te senti...

terça-feira, 11 de março de 2008

Sexo e(m?) sociedade

Para reflectir:

"O sexo não é uma ganza asséptica, caso contrário, vamos concluir que a vida é uma droga..." by Cold_cold_bitch

Torcidelas - Resultados

A todos os que apoiaram, informo que os resultados do vosso apoio ainda vão demorar uns dias a ser conhecidos. Até lá, eu vou roendo as unhas e tentar escrever algo de jeito por aqui!

Desde já, obrigado a todos.

PS - Os agradecimentos personalizados serão dados a quem cumpriu os requisitos! :P

ADENDA: Posso desde já adiantar que, embora ainda sem resultados definidos, vocês devem ter torcido muito, mesmo!!

segunda-feira, 10 de março de 2008

Torcidelas

Agradece-se a quem passar aqui, o favor de torcer pelo autor deste blog, durante o dia de hoje!

PS - "Agradece-se" apenas a quem demonstrar efectivamente que torceu e pensou positivamente no autor e nos seus desígnios, traga comprovativos de morada (NÃO ADULTERADOS) e se apresente acompanhado pelos pais e com os exames em dia. Isto NÃO será inspeccionado pelo jurí dos concursos, nem pela ASAE.

sexta-feira, 7 de março de 2008

O regresso do Pitágoras

Fui hoje buscar o meu carro ao doutor. Depois de uma série de complicações, descobriu-se que o problema dele, tal como do dono, era o despertar. Mas, ao contrário de mim, nele bastou substituir o motor de arranque, ao passo que eu continuo a ter de funcionar em piloto automático durante as primeiras horas da madrugada (independentemente das horas que forem). Aliás, eu não tenho vida inteligente antes do primeiro café!

Reparo que ele estava mais que na reserva (eu acredito que ele tem alturas em que anda por força de vontade, pois já cheguei a atestá-lo com mais litras do que a suposta capacidade do depósito) e sigo devagar, para lhe testar as pernas. Encho-lhe o depósito e entro na 2ª Circular.

Reparo que o ponteiro do combustível demora a subir, como se me dissesse que não está habituado a ir até li. Pára a cerca de meio depósito, como se estivesse a esticar as pernas, antes de continuar a sua subida, agora mais lenta, como alguém desabituado de chegar aos seus próprios pés com os joelhos esticados...

Aos poucos, vai ganhando a sua habitual confiança de carro experiente, mantendo-se ainda nos 120 (sim, eu sei o limite, não amolem). Vai ganhando cada vez mais gosto na estrada, sente o vento a deslizar pelos lados (façamos de conta que é aerodinâmico - sente mais o vento a criar resistência, mas não é tão bonito), e começa a querer mais.

Quando entramos na CRIL, já ele tinha recuperado a confiança habitual, do alto da sua experiência bastante superior à dos carros por quem passava, e entregou-se ao prazer de rolar sem dificuldades, a todo o vapor (não é assim tão antigo, mas poderia ser, também ficava bonito).

 

Talvez seja o mesmo para algumas pessoas. Tudo o que precisam é de quem lhes repare uma peça vital, lhes dê um pouco de combustível e a confiança de embarcar com elas na viagem, para que percam as inseguranças e se deixem rolar livremente, ao seu ritmo, sem limites de velocidade impostos por outrem.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Aparências (III)

Olhou-o, esperançada de um lampejo de reconhecimento. Um pestanajar diferente, um enrugar momentâneo da testa, um trejeito dos lábios. Queria que ele a visse... toda, plena, queria que ele entrasse onde ela tinha medo de ir! Que a levasse pela mão, que lhe mostrasse que não havia nada a temer em si própria.

O seu ar confiante, o riso jovial, o doce ternura com que lhe falava, o franzir preocupado quando se concentrava, tudo lhe indicava que nele se poderia depositar e entregar, abandonando as rédeas do apertado controlo sobre si mesma...

Rir-se-iam juntos, inebriados em si próprios, e transformariam a noite em dia e o dia em noite! Enlevada, dar-lhe-ia a alma, e ele devolvê-la-ia lavada e nova, expurgada de medos e de lugares obscuros. Uma alma nova, a brilhar, que ele lhe daria, a troco de si mesma!

Ele olhou para ela. Ela exibiu o seu sorriso frio, e mergulhou no trabalho, absorta em si mesma. Será que ele a via?, perguntou-se.