Começou por resposta aqui, e acabou em post.
Confesso que acho que o professor deve ser um educador quando com os alunos. Na aula e em todas as actividades daí resultantes.
Mas isso levanta a questão de onde termina o papel do professor. Na minha opinião, ao professor compete educar para a cidadania, para a sociedade. E esse papel deve estar presente em todos os contactos com o aluno.
Quanto a trazer trabalho para casa, essa é a razão pelo horário reduzido. E, se os professores acabam por estender esse horário mais do que o suposto (e eu sei que muitos o fazem), a verdade é que nas outras profissões fazem o mesmo ficando até mais tarde ou levando projectos para casa. E, falando por mim, eu gostaria de ter a vantagem da flexibilidade de horas a mais no meu dia, estruturando-o como quiser.
Mas há limites. A nenhum professor pode ser pedido que eduque fora da escola. Nesse ponto, concordo em absoluto. Ou então, os pais que peçam ajuda também para os fazer. Do estilo: "OLhe, já que vai educar o miúdo daqui a uns tempos, não quer passar lá em casa na terça. Eu digo à patroa para estar à espera."
O problema de fundo é que eu continuo a não ver resolvido. Os sindicatos lutam pelos privilégios de alguns e ignoram a insegurança de muitos novos (e muito mais bem formados) professores. Nas negociações, rapidamente esquecem os milhares de recibos verdes e não efectivados, como se viu. E são estes que pagam pelos benefícios dos outros.
Além disso, adoptam atitudes arrogantes, mas sempre contaram com o apoio popular para vencer as suas lutas. Tiveram-no durante tanto tempo, e apesar de tanta asneira cometida, que pensavam que eram apenas eles quem ganhava as lutas. E descuraram quem nbão merecia…
Tenho muita pena por milhares de professores injustiçados, por professores que se esforçam, que se envolvem, que se preocupam e que encontram/inventam soluções para contornar inúmeros problemas, pois estão a pagar pelos erros de uma classe que consegui antagonizar a opinião pública. Sabendo nós que, ainda agora, a profissão de professor é altamente estimada por todos os portugueses, pergunto-me porque é que ainda não foi feita uma reflexão para saber o porquê disto. E não, a resposta não é unicamente inveja.
No sector privado, na maioria das profissões e até em alguns estabelecimentos de ensino privados, premeiam-se resultados. É assim que a avaliação é feita. Concordo que devemos ter muito cuidado no modelo de avaliação e nas regras e fiscalizações do mesmo, para que levem aos objectivos que queremos DA FORMA que queremos. É necessária avaliação numa classe que ocupa uma parte considerável do erário público e onde muitos entraram (todos o sabemos) por não conseguir mais nada. É necessária avaliação numa classe que forma, todos os dias, a próxima geração.
Por outro lado, sem uma clara política de educação a longo prazo, integrada e sustentável, com agendas políticas variáveis, sem objectivos finais claramente traçados... sinceramente, vão avaliá-los em quê?!
Faz falta um Presidente que imponha um cessar-fogo e force o diálogo. Podia ser que uma solução integrada emergisse, se ambas as partes cedessem. Pelos nossos filhos (inclusive os dos professores).