Perco-me sozinho em deambulações...
Agarro-me a tudo e todos. Ansioso, procuro,
Em vão, encontrar em alguém nas multidões,
O caminho para fora deste abismo obscuro.
Perco-me em certezas passageiras,
Oscilando como um pêndulo de Foucault,
Percorrendo as mentiras vazias mas certeiras,
Que sustentam o meu alegre torpor.
E então, entre as certezas incertas,
Tal como o pêndulo passa na vertical,
Atravesso as profundezas desertas,
Do meu próprio desespero animal.
Nessas planícies mortíferas e abismos de horror,
onde a dúvida me atormenta, a dor me consome
E a raiva, a fúria e a ira se fundem com a comiseração,
Contemplo a minha alma ferida, embalado num furor
tanto destrutivo como auto-preservativo, conforme
o que impere no momento: se o Desespero, se a Razão.
H.T.Sousa
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