segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Amar é nos maus momentos

Ao rever um episódio de "A Lei do mais forte", deparei-me com as seguintes frases (não verbatim, porque a minha memória não é assim tão boa):
"Amor não se vê quando é fácil. Vê-se que é amor quando é difícil, quando custa, quando há obstáculos e, muito especialmente, quando a outra pessoa não merece. Amar é preciso nos maus momentos."

Este parágrafo deixou-me a pensar... Acredito perfeitamente no que aqui está. É muito fácil quando tudo corre bem. o difícil é aguentar quando a pessoa está longe, quando a pessoa está em baixo e não corresponde como gostaríamos, quando tem atitudes com as quais não concordamos. Aí, e só aí, se vê o valor da relação. Aí, e apenas aí, vemos quem nos ama realmente... e se realmente amamos.

No entretanto, é difícil saber se é amor, paixão, atracção física, hábito ou qualquer outra coisa. Se não nos questionarmos, sozinhos ou com amigos, se não nos reavaliarmos constantemente, corremos o risco de nos auto-iludirmos. E de criarmos expectativas erradas dos outros.

Quando ouvi estas frases, uma questão que me veio ao espírito foi: Muito bem, se isso é que é amor, onde traçamos a fronteira? Qual a medida que separa amor por alguém num mau momento de amor auto-destrutivo? E até que ponto se deve amar e apoiar até à última e o ponto a partir do qual devemos tentar esquecer?

Acho que tal fronteira não existe. O problema não está na outra pessoa. O problema, a existir, está dentro de nós. Nós é que devemos tentar cumprir com duas condições:
  1. Não devemos esperar nada em troca. Podemos querer, mas não devemos entregar apenas para receber. Isso é trocar, isso é o que faz um sacana.
  2. Amar alguém nos maus momentos exige estabilidade, a todos os níveis. Para dar, para nos entregarmos, devemos estar seguros.

Só com estas duas condições estabelecidas podemos amar sem nos magoarmos, só assim estamos realmente livres para o fazer. A primeira impede-nos de procurar no outro a estabilidade que precisamos. A segunda salvaguarda que estamos fortes o suficiente para segurar um barco à deriva.

Então, e onde fica o que queremos? Até que ponto se deve amar e apoiar até à última e o ponto a partir do qual devemos tentar esquecer?

"Um bom encontro é de dois".
Podemos amar, nos maus momentos, mesmo quando a outra pessoa não merece. Mas, friamente, temos de pensar se a contraparte alguma vez nos vai dar aquilo que almejamos. Não significa que tenhamos que deixar de amar - apenas temos que aplicar a condição nº1... e procurar noutro lado aquilo que queremos.

Mas, se for sincero, aquele amor permanecerá sempre, independentemente do resto.

3 comentários:

Anónimo disse...

"There are so many special people in the world!"... :)

E a minha frase preferida do momento:
"Where are you going?
With luck... forward!"

(a sabedoria dos ratos!)

Melissa Yedda disse...

Essa coisa de amor é mesmo muito complicada. Mas acho que o amor-paixão, mesmo que faça doer, não há nada que a ele se compare...

Hélder disse...

Olá melissa yedda,

Benvida ao meu Canto. De facto, por muito que custe, não há nada que se lhe compare. Provavelmente, exactamente porque custa e porque é complicado é que ainda saboreamos mais.

Beijinho.