"Amor não se vê quando é fácil. Vê-se que é amor quando é difícil, quando custa, quando há obstáculos e, muito especialmente, quando a outra pessoa não merece. Amar é preciso nos maus momentos."
Este parágrafo deixou-me a pensar... Acredito perfeitamente no que aqui está. É muito fácil quando tudo corre bem. o difícil é aguentar quando a pessoa está longe, quando a pessoa está em baixo e não corresponde como gostaríamos, quando tem atitudes com as quais não concordamos. Aí, e só aí, se vê o valor da relação. Aí, e apenas aí, vemos quem nos ama realmente... e se realmente amamos.
No entretanto, é difícil saber se é amor, paixão, atracção física, hábito ou qualquer outra coisa. Se não nos questionarmos, sozinhos ou com amigos, se não nos reavaliarmos constantemente, corremos o risco de nos auto-iludirmos. E de criarmos expectativas erradas dos outros.
Quando ouvi estas frases, uma questão que me veio ao espírito foi: Muito bem, se isso é que é amor, onde traçamos a fronteira? Qual a medida que separa amor por alguém num mau momento de amor auto-destrutivo? E até que ponto se deve amar e apoiar até à última e o ponto a partir do qual devemos tentar esquecer?
Acho que tal fronteira não existe. O problema não está na outra pessoa. O problema, a existir, está dentro de nós. Nós é que devemos tentar cumprir com duas condições:
- Não devemos esperar nada em troca. Podemos querer, mas não devemos entregar apenas para receber. Isso é trocar, isso é o que faz um sacana.
- Amar alguém nos maus momentos exige estabilidade, a todos os níveis. Para dar, para nos entregarmos, devemos estar seguros.
Só com estas duas condições estabelecidas podemos amar sem nos magoarmos, só assim estamos realmente livres para o fazer. A primeira impede-nos de procurar no outro a estabilidade que precisamos. A segunda salvaguarda que estamos fortes o suficiente para segurar um barco à deriva.
Então, e onde fica o que queremos? Até que ponto se deve amar e apoiar até à última e o ponto a partir do qual devemos tentar esquecer?
"Um bom encontro é de dois".
Podemos amar, nos maus momentos, mesmo quando a outra pessoa não merece. Mas, friamente, temos de pensar se a contraparte alguma vez nos vai dar aquilo que almejamos. Não significa que tenhamos que deixar de amar - apenas temos que aplicar a condição nº1... e procurar noutro lado aquilo que queremos.
Mas, se for sincero, aquele amor permanecerá sempre, independentemente do resto.
3 comentários:
"There are so many special people in the world!"... :)
E a minha frase preferida do momento:
"Where are you going?
With luck... forward!"
(a sabedoria dos ratos!)
Essa coisa de amor é mesmo muito complicada. Mas acho que o amor-paixão, mesmo que faça doer, não há nada que a ele se compare...
Olá melissa yedda,
Benvida ao meu Canto. De facto, por muito que custe, não há nada que se lhe compare. Provavelmente, exactamente porque custa e porque é complicado é que ainda saboreamos mais.
Beijinho.
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